Com
base nos recentes documentos curriculares brasileiros, a BNCC leva em conta que
os diferentes campos que compõem a Matemática reúnem um conjunto de ideias fundamentais que
produzem articulações entre eles: equivalência,
ordem,
proporcionalidade,
interdependência,
representação,
variação
e
aproximação.
Essas ideias fundamentais são importantes para o desenvolvimento do pensamento matemático
dos alunos e devem se converter, na escola, em objetos de conhecimento. A
proporcionalidade, por exemplo, deve estar presente no estudo de: operações com
os números naturais; representação fracionária dos números racionais; áreas;
funções; probabilidade etc. Além disso, essa noção também se evidencia em muitas
ações cotidianas e de outras áreas do conhecimento, como vendas e trocas mercantis,
balanços químicos, representações gráficas etc.
Nessa
direção, a BNCC propõe cinco unidades temáticas,
correlacionadas, que orientam a formulação de habilidades a ser desenvolvidas ao
longo do Ensino Fundamental. Cada uma delas pode receber ênfase diferente, a depender
do ano de escolarização.
A
unidade temática Números tem como finalidade desenvolver o pensamento numérico, que
implica o conhecimento de maneiras de quantificar atributos de objetos e de julgar
e interpretar argumentos baseados em quantidades. No processo da construção da
noção de número, os alunos precisam desenvolver, entre outras, as ideias de aproximação,
proporcionalidade, equivalência e ordem, noções fundamentais da Matemática. Para
essa construção, é importante propor, por meio de situações significativas,
sucessivas ampliações dos campos numéricos. No estudo desses campos numéricos,
devem ser enfatizados registros, usos, significados e operações.
No
Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a expectativa em relação a essa temática é
que os alunos resolvam problemas com números naturais e números racionais cuja representação
decimal é finita, envolvendo diferentes significados das operações, argumentem
e justifiquem os procedimentos utilizados para a resolução e avaliem a plausibilidade
dos resultados encontrados. No tocante aos cálculos, espera-se que os alunos
desenvolvam diferentes estratégias para a obtenção dos resultados, sobretudo por
estimativa e cálculo mental, além de algoritmos e uso de calculadoras.
Nessa
fase espera-se também o desenvolvimento de habilidades no que se refere à
leitura, escrita e ordenação de números naturais e números racionais por meio
da identificação e compreensão de características do sistema de numeração
decimal, sobretudo o valor posicional dos algarismos. Na perspectiva de que os
alunos aprofundem a noção de número, é importante colocá-los diante de tarefas,
como as que envolvem medições, nas quais os números naturais não são suficientes
para resolvê-las, indicando a necessidade dos números racionais tanto na representação
decimal quanto na fracionária.
Com
referência ao Ensino Fundamental – Anos Finais, a expectativa é a de que os
alunos resolvam problemas com números naturais, inteiros e racionais,
envolvendo as operações fundamentais, com seus diferentes significados, e utilizando
estratégias diversas, com compreensão dos processos neles envolvidos. Para que
aprofundem a noção de número, é importante colocá-los diante de problemas, sobretudo
os geométricos, nos quais os números racionais não são suficientes para
resolvê-los, de modo que eles reconheçam a necessidade de outros números: os
irracionais. Os alunos devem dominar também o cálculo de porcentagem,
porcentagem de porcentagem, juros, descontos e acréscimos, incluindo o uso de
tecnologias digitais. No tocante a esse tema, espera-se que saibam reconhecer, comparar
e ordenar números reais, com apoio da relação desses números com pontos na reta
numérica. Cabe ainda destacar que o desenvolvimento do pensamento numérico não
se completa, evidentemente, apenas com objetos de estudos descritos na unidade Números.
Esse pensamento é ampliado e aprofundado quando se
discutem
situações que envolvem conteúdos das demais unidades temáticas: Álgebra,
Geometria, Grandezas e medidas e Probabilidade e estatística.
Outro
aspecto a ser considerado nessa unidade temática é o estudo de conceitos
básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos. Assim,
podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras
(rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos. Essa unidade temática
favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais,
políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo,
trabalho e dinheiro. É possível, por exemplo, desenvolver um projeto com a História,
visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre
dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes
momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing.
Essas questões, além de promover o desenvolvimento de competências pessoais e
sociais dos alunos, podem se constituir em excelentes contextos para as aplicações
dos conceitos da Matemática Financeira e também proporcionar contextos para
ampliar e aprofundar esses conceitos.
A
unidade temática Álgebra, por sua vez, tem como finalidade o desenvolvimento de um tipo
especial de pensamento – pensamento algébrico – que é essencial para utilizar
modelos matemáticos na compreensão, representação e análise de relações
quantitativas de grandezas e, também, de situações e estruturas matemáticas, fazendo
uso de letras e outros símbolos. Para esse desenvolvimento, é necessário que os
alunos identifiquem regularidades e padrões de sequências numéricas e não
numéricas, estabeleçam leis matemáticas que expressem a relação de
interdependência entre grandezas em diferentes contextos, bem como criar, interpretar
e transitar entre as diversas representações gráficas e simbólicas, para
resolver problemas por meio de equações e inequações, com compreensão dos procedimentos
utilizados. As ideias matemáticas fundamentais vinculadas a essa unidade são: equivalência,
variação, interdependência e proporcionalidade. Em síntese, essa unidade
temática deve enfatizar o desenvolvimento de uma linguagem, o estabelecimento
de generalizações, a análise da interdependência de grandezas e a resolução de
problemas por meio de equações ou inequações.
Nessa
perspectiva, é imprescindível que algumas dimensões do trabalho com a álgebra
estejam presentes nos processos de ensino e aprendizagem desde o Ensino
Fundamental – Anos Iniciais, como as ideias de regularidade, generalização de
padrões e propriedades da igualdade. No entanto, nessa fase, não se propõe o
uso de letras para expressar regularidades, por mais simples que sejam. A
relação dessa unidade temática com a de Números é bastante evidente no trabalho
com sequências (recursivas e repetitivas), seja na ação de completar uma
sequência com elementos ausentes, seja na construção de sequências segundo uma
determinada regra de formação. A relação de equivalência pode ter seu início
com atividades simples, envolvendo a igualdade, como reconhecer que se 2 + 3 = 5
e 5 = 4 + 1, então 2 + 3 = 4 + 1. Atividades como essa contribuem para a
compreensão de que o sinal de igualdade não é apenas a indicação de uma
operação a ser feita. A noção intuitiva de função pode ser explorada por meio
da resolução de problemas envolvendo a variação proporcional direta entre duas
grandezas (sem utilizar a regra de três), como: “Se com duas medidas de suco
concentrado eu obtenho três litros de refresco, quantas medidas desse suco
concentrado eu preciso para ter doze litros de refresco?”
No
Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudos de Álgebra retomam, aprofundam e
ampliam o que foi trabalhado no Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Nessa fase,
os alunos devem compreender os diferentes significados das variáveis numéricas
em uma expressão, estabelecer uma generalização de uma propriedade, investigar
a regularidade de uma sequência numérica, indicar um valor desconhecido em uma
sentença algébrica e estabelecer a variação entre duas grandezas. É necessário,
portanto, que os alunos estabeleçam conexões entre variável e função e entre incógnita
e equação. As técnicas de resolução de equações e inequações, inclusive no
plano cartesiano, devem ser desenvolvidas como uma maneira de representar e
resolver determinados tipos de problema, e não como objetos de estudo em si
mesmos.
Outro
aspecto a ser considerado é que a aprendizagem de Álgebra, como também aquelas
relacionadas a outros campos da Matemática (Números, Geometria e Probabilidade
e estatística), podem contribuir para o desenvolvimento do pensamento
computacional dos alunos, tendo em vista que eles precisam ser capazes de
traduzir uma situação dada em outras linguagens, como transformar situações-problema,
apresentadas em língua materna, em fórmulas, tabelas e gráficos e vice-versa.
Associado
ao pensamento computacional, cumpre salientar a importância dos algoritmos e de
seus fluxogramas, que podem ser objetos de estudo nas aulas de Matemática. Um
algoritmo é uma sequência finita de procedimentos que permite resolver um
determinado problema. Assim, o algoritmo é a decomposição de um procedimento complexo
em suas partes mais simples, relacionando-as e ordenando-as, e pode ser representado
graficamente por um fluxograma. A linguagem algorítmica tem pontos em comum com
a linguagem algébrica, sobretudo em relação ao conceito de variável. Outra habilidade
relativa à álgebra que mantém estreita relação com o pensamento computacional é
a identificação de padrões para se estabelecer generalizações, propriedades e
algoritmos.
A
Geometria
envolve
o estudo de um amplo conjunto de conceitos e procedimentos necessários para
resolver problemas do mundo físico e de diferentes áreas do conhecimento.
Assim, nessa unidade temática, estudar posição e deslocamentos no espaço,
formas e relações entre elementos de figuras planas e espaciais pode desenvolver
o pensamento geométrico dos alunos. Esse pensamento é necessário para
investigar propriedades, fazer conjecturas e produzir argumentos geométricos
convincentes. É importante, também, considerar o aspecto funcional que deve
estar presente no estudo da Geometria: as transformações geométricas, sobretudo
as simetrias. As ideias matemáticas fundamentais associadas a essa temática
são, principalmente, construção, representação e interdependência.
No
Ensino Fundamental – Anos Iniciais, espera-se que os alunos identifiquem e
estabeleçam pontos de referência para a localização e o deslocamento de objetos,
construam representações de espaços conhecidos e estimem distâncias, usando,
como suporte, mapas (em papel, tablets ou
smartphones), croquis e outras representações.
Em relação às formas, espera-se que os alunos indiquem características das formas
geométricas tridimensionais e bidimensionais, associem figuras espaciais a suas
planificações e vice-versa. Espera-se, também, que nomeiem e comparem polígonos,
por meio de propriedades relativas aos lados, vértices e ângulos. O estudo das
simetrias deve ser iniciado por meio da manipulação de representações de
figuras geométricas planas em quadriculados ou no plano cartesiano, e com
recurso de softwares de geometria dinâmica.
No
Ensino Fundamental – Anos Finais, o ensino de Geometria precisa ser visto como
consolidação e ampliação das aprendizagens realizadas. Nessa etapa, devem ser
enfatizadas também as tarefas que analisam e produzem transformações e ampliações/reduções
de figuras geométricas planas, identificando seus elementos variantes e
invariantes, de modo a desenvolver os conceitos de congruência e semelhança.
Esses conceitos devem ter destaque nessa fase do Ensino Fundamental, de modo
que os alunos sejam capazes de reconhecer as condições necessárias e
suficientes para obter triângulos congruentes ou semelhantes e que saibam
aplicar esse conhecimento para realizar demonstrações simples, contribuindo
para a formação de um tipo de raciocínio importante para a Matemática, o raciocínio
hipotético-dedutivo. Outro ponto a ser destacado é a aproximação da Álgebra com
a Geometria, desde o início do estudo do plano cartesiano, por meio da
geometria analítica. As atividades envolvendo a ideia de coordenadas, já iniciadas
no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, podem ser ampliadas para o contexto das
representações no plano cartesiano, como a representação de sistemas de equações
do 1º grau, articulando, para isso, conhecimentos decorrentes da ampliação dos
conjuntos numéricos e de suas representações na reta numérica.
Assim,
a Geometria não pode ficar reduzida a mera aplicação de fórmulas de cálculo de
área e de volume nem a aplicações numéricas imediatas de teoremas sobre
relações de proporcionalidade em situações relativas a feixes de retas paralelas
cortadas por retas secantes ou do teorema de Pitágoras. A equivalência de
áreas, por exemplo, já praticada há milhares de anos pelos mesopotâmios e gregos
antigos sem utilizar fórmulas, permite transformar qualquer região poligonal
plana em um quadrado com mesma área (é o que os gregos chamavam “fazer a quadratura
de uma figura”). Isso permite, inclusive, resolver geometricamente problemas
que podem ser traduzidos por uma equação do 2º grau.
As
medidas quantificam grandezas do mundo físico e são fundamentais para a
compreensão da realidade. Assim, a unidade temática Grandezas
e medidas, ao propor o estudo das medidas e das relações entre elas – ou
seja, das relações métricas –, favorece a integração da Matemática a outras
áreas de conhecimento, como Ciências (densidade, grandezas e escalas do Sistema
Solar, energia elétrica etc.) ou Geografia (coordenadas geográficas, densidade
demográfica, escalas de mapas e guias etc.). Essa unidade temática contribui
ainda para a consolidação e ampliação da noção de número, a aplicação de noções
geométricas e a construção do pensamento algébrico.
No
Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a expectativa é que os alunos reconheçam
que medir é comparar uma grandeza com uma unidade e expressar o resultado da
comparação por meio de um número. Além disso, devem resolver problemas oriundos
de situações cotidianas que envolvem grandezas como comprimento, massa, tempo,
temperatura, área (de triângulos e retângulos) e capacidade e volume (de
sólidos formados por blocos retangulares), sem uso de fórmulas, recorrendo, quando
necessário, a transformações entre unidades de medida padronizadas mais usuais.
Espera-se, também, que resolvam problemas sobre situações de compra e venda e
desenvolvam, por exemplo, atitudes éticas e responsáveis em relação ao consumo.
Sugere-se que esse processo seja iniciado utilizando, preferencialmente,
unidades não convencionais para fazer as comparações e medições, o que dá sentido
à ação de medir, evitando a ênfase em procedimentos de transformação de unidades
convencionais. No entanto, é preciso considerar o contexto em que a escola se
encontra: em escolas de regiões agrícolas, por exemplo, as medidas agrárias
podem merecer maior atenção em sala de aula.
No
Ensino Fundamental – Anos Finais, a expectativa é a de que os alunos reconheçam
comprimento, área, volume e abertura de ângulo como grandezas associadas a figuras
geométricas e que consigam resolver problemas envolvendo essas grandezas com o
uso de unidades de medida padronizadas mais usuais. Além disso, espera-se que estabeleçam
e utilizem relações entre essas grandezas e entre elas e grandezas não
geométricas, para estudar grandezas derivadas como densidade, velocidade,
energia, potência, entre outras. Nessa fase da escolaridade, os alunos devem
determinar expressões de cálculo de áreas de quadriláteros, triângulos e círculos,
e as de volumes de prismas e de cilindros. Outro ponto a ser destacado refere-se
à introdução de medidas de capacidade de armazenamento de computadores como grandeza
associada a demandas da sociedade moderna. Nesse caso, é importante destacar o
fato de que os prefixos utilizados para byte
(quilo, mega, giga) não estão associados ao sistema de numeração decimal, de
base 10, pois um quilobyte, por exemplo, corresponde a 1024
bytes, e não a 1000 bytes.
A
incerteza e o tratamento de dados são estudados na unidade temática Probabilidade
e estatística. Ela propõe a abordagem de conceitos, fatos e procedimentos
presentes em muitas situações-problema da vida cotidiana, das ciências e da
tecnologia. Assim, todos os cidadãos precisam desenvolver habilidades para
coletar, organizar, representar, interpretar e analisar dados em uma variedade de
contextos, de maneira a fazer julgamentos bem fundamentados e tomar as decisões
adequadas. Isso inclui raciocinar e utilizar conceitos, representações e
índices estatísticos para descrever, explicar e predizer fenômenos.
Merece
destaque o uso de tecnologias – como calculadoras, para avaliar e comparar
resultados, e planilhas eletrônicas, que ajudam na construção de gráficos e nos
cálculos das medidas de tendência central. A consulta a páginas de institutos
de pesquisa – como a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
– pode oferecer contextos potencialmente ricos não apenas para aprender
conceitos e procedimentos estatísticos, mas também para utilizá-los com o intuito
de compreender a realidade.
No
que concerne ao estudo de noções de probabilidade, a finalidade, no Ensino
Fundamental – Anos Iniciais, é promover a compreensão de que nem todos os
fenômenos são determinísticos. Para isso, o início da proposta de trabalho com
probabilidade está centrado no desenvolvimento da noção de aleatoriedade, de
modo que os compreendam que há eventos certos, eventos impossíveis e eventos prováveis.
É muito comum que pessoas julguem impossíveis eventos que nunca viram
acontecer. Nessa fase, é importante que os alunos verbalizem, em eventos que
envolvem o acaso, os resultados que poderiam ter acontecido em oposição ao que
realmente aconteceu, iniciando a construção do espaço amostral. No Ensino
Fundamental – Anos Finais, o estudo deve ser ampliado e aprofundado, por meio
de atividades nas quais os alunos façam experimentos aleatórios e simulações para
confrontar os resultados obtidos com a probabilidade teórica – probabilidade
frequentista. A progressão dos conhecimentos se faz pelo aprimoramento da
capacidade de enumeração dos elementos do espaço amostral, que está associada,
também, aos problemas de contagem.
Com
relação à estatística, os primeiros passos envolvem o trabalho com a coleta e a
organização de dados de uma pesquisa de interesse dos alunos. O planejamento de
como fazer a pesquisa ajuda a compreender o papel da estatística no cotidiano
dos alunos. Assim, a leitura, a interpretação e a construção de tabelas e gráficos
têm papel fundamental, bem como a forma de produção de texto escrito para a
comunicação de dados, pois é preciso compreender que o texto deve sintetizar ou
justificar as conclusões. No Ensino Fundamental – Anos Finais, a expectativa é
que os alunos saibam planejar e construir relatórios de pesquisas estatísticas
descritivas, incluindo medidas de tendência central e construção de tabelas e
diversos tipos de gráfico. Esse planejamento inclui a definição de questões
relevantes e da população a ser pesquisada, a decisão sobre a necessidade ou
não de usar amostra e, quando for o caso, a seleção de seus elementos por meio
de uma adequada técnica de amostragem.
Cumpre
destacar que os critérios de organização das habilidades na BNCC (com a
explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do
agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível
(dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como
modelo obrigatório para o desenho dos currículos. Essa divisão em unidades temáticas
serve tão somente para facilitar a compreensão dos conjuntos de habilidades e
de como eles se inter-relacionam. Na elaboração dos currículos e das propostas
pedagógicas, devem ser enfatizadas as articulações das habilidades com as de outras
áreas do conhecimento, entre as unidades temáticas e no interior de cada uma
delas.
Na
definição das habilidades, a progressão ano a ano se baseia na compreensão e
utilização de novas ferramentas e também na complexidade das situações-problema
propostas, cuja resolução exige a execução de mais etapas ou noções de unidades
temáticas distintas. Os problemas de contagem, por exemplo, devem, inicialmente,
estar restritos àqueles cujas soluções podem ser obtidas pela descrição de
todos os casos possíveis, mediante a utilização de esquemas ou diagramas, e,
posteriormente, àqueles cuja resolução depende da aplicação dos princípios
multiplicativo e aditivo e do princípio da casa dos pombos. Outro exemplo é o
da resolução de problemas envolvendo as operações fundamentais, utilizando ou
não a linguagem algébrica.
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