No
Ensino Fundamental – Anos Iniciais, deve-se retomar as vivências cotidianas das
crianças com números, formas e espaço, e também as experiências desenvolvidas
na Educação Infantil, para iniciar uma sistematização dessas noções. Nessa fase,
as habilidades matemáticas que os alunos devem desenvolver não podem ficar
restritas à aprendizagem dos algoritmos das chamadas “quatro operações”, apesar
de sua importância. No que diz respeito ao cálculo, é necessário acrescentar, à
realização dos algoritmos das operações, a habilidade de efetuar cálculos mentalmente,
fazer estimativas, usar calculadora e, ainda, para decidir quando é apropriado
usar um ou outro procedimento de cálculo.
Portanto,
a BNCC orienta-se pelo pressuposto de que a aprendizagem em Matemática está
intrinsecamente relacionada à compreensão, ou seja, à apreensão de significados
dos objetos matemáticos, sem deixar de lado suas aplicações. Os significados
desses objetos resultam das conexões que os alunos estabelecem entre eles e os
demais componentes, entre eles e seu cotidiano e entre os diferentes temas
matemáticos. Desse modo, recursos didáticos como malhas quadriculadas, ábacos,
jogos, livros, vídeos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares de geometria dinâmica têm um
papel essencial para a compreensão e utilização das noções matemáticas. Entretanto,
esses materiais precisam estar integrados a situações que levem à reflexão e à
sistematização, para que se inicie um processo de formalização.
Em
todas as unidades temáticas, a delimitação dos objetos de conhecimento e das
habilidades considera que as noções matemáticas são retomadas, ampliadas e
aprofundadas ano a ano. No entanto, é fundamental considerar que a leitura
dessas habilidades não seja feita de maneira fragmentada. A compreensão do
papel que determinada habilidade representa no conjunto das aprendizagens
demanda a compreensão de como ela se conecta com habilidades dos anos
anteriores, o que leva à identificação das aprendizagens já consolidadas, e em
que medida o trabalho para o desenvolvimento da habilidade em questão serve de
base para as aprendizagens posteriores. Nesse sentido, é fundamental
considerar, por exemplo, que a contagem até 100, proposta no 1º ano, não deve
ser interpretada como restrição a ampliações possíveis em cada escola e em cada
turma. Afinal, não se pode frear a curiosidade e o entusiasmo pela
aprendizagem, tão comum nessa etapa da escolaridade, e muito menos os conhecimentos
prévios dos alunos.
Na
Matemática escolar, o processo de aprender uma noção em um contexto, abstrair e
depois aplicá-la em outro contexto envolve capacidades essenciais, como
formular, empregar, interpretar e avaliar – criar, enfim –, e não somente a
resolução de enunciados típicos que são, muitas vezes, meros exercícios e apenas
simulam alguma aprendizagem. Assim, algumas das habilidades formuladas começam
por: “resolver e elaborar problemas envolvendo...”. Nessa enunciação está
implícito que se pretende não apenas a resolução do problema, mas também que os
alunos reflitam e questionem o que ocorreria se algum dado do problema fosse
alterado ou se alguma condição fosse acrescida ou retirada. Nessa perspectiva,
pretende-se que os alunos também formulem problemas em outros contextos.
Probabilidade e estatística
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